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27 junho 2006

Olha-me de frente e vê que no escuro a verdade se mostra

As palavras soltas ditas, que se espalham pelo ar e nele se perdem. Não sabem para onde vão nem qual o seu rumo. As palavras de um blogger sentado sozinho em frente a um computador, com os seus amigos, com alguém que ama ou simplesmente no seu local de trabalho numa pausa entre papéis e telefones que tocam incessantemente. Triste sina a daqueles que um dia ousam propagar a sua palavra por muito inútil que seja falar para surdos. Olhando para o monitor pode-se ver que as palavras não estão tão claras como o discurso acabadinho de articular na nossa cabeça. Olhando com mais atenção ainda podemos ver que umas nos saltam à vista.
SUBVERSIVO! Talvez, mas... sshhhiuuuuu ... não digam a ninguém - fica aqui só entre nós ;)

Até amanhã porque dizem que o HOJE já acabou.
PONTO FINAL

23 junho 2006

Era uma Águas Furtadas, fresquinha !


Realizado por Rui Manuel Amaral.
Com as participações de Isabel Pinto e Francisco Costa.
Música de LSD.

17 junho 2006

Peanuts - a obra que faltava em Portugal



Depois de ter sido anunciado a edição completa e sistematizada das tiras dos Penuts eis que surge a versão portuguesa fiel à edição original com a chancela das Edições Afrontamento.

Cada volume apresentará cronologicamente as tiras de Schulz publicadas nos jornais diários e semanários ao longo dos seus mais de 50 anos de carreira.

O primeiro volume, que cobre os primeiros dois anos e um quarto de tiras (1950, 1951 e 1952), exercerá um particular fascínio para os fãs dos Peanuts. Apesar de haver centenas de livros publicados, a maior parte das tiras destes primeiros tempos nunca tinham sido anteriormente reunidas, em grande medida porque mostram um jovem Schulz em início de carreira onde as personagens que o celebrizaram são ainda bastante diferentes daquelas que posteriormente o mundo consagrou. Entre outras coisas, as três grandes personagens – Schroeder, Lucy e Linus – apareciam inicialmente como crianças e apenas «foram crescendo» à medida que os meses foram passando. Mesmo o Snoopy começa por aparecer como um cachorrinho! Assim, a colecção «Peanuts – Obra Completa» oferece a oportunidade única de vermos o Mestre refinar as suas personagens e sedimentar o seu universo, dia-a-dia, semana-a-semana, mês-a-mês.

O segundo volume integrará as tiras de Schulz publicadas entre os anos de 1952 e 1954.

O Autor

Charles M. Schulz nasceu em 1922 em Minneapolis, Minnesota e faleceu em 2000, vítima de cancro, na noite anterior à publicação da sua última tira cómica. A sua carreira estendeu-se por mais de 50 anos onde desenhou mais de 18.250 tiras cómicas dos Peanuts dando vida ao angustiado Charlie Brown, ao romântico Snoopy, ao pianista Schroeder, a Linus e ao seu toten-cobertor e à auto-centrada Lucy. Todas estas personagens povoam o imaginário de milhares de pessoas por todo o mundo.

PEANUTS – são uma das mais famosas tiras cómicas da história aclamadas pelo público leitor de todo o mundo. As personagens de Charles M. Schulz – Charlie Brown, Snoopy, Lucy, Linus, Scroeder e muitos outros – tornaram-se ícones mundiais. Em 1999, um júri americano de peritos em comics afirmou os Peanuts como as segundas melhores tiras cómicas do século XX. Em 2002, um estudo identificou os Peanuts como um cartoon reconhecio por 94% do total do público leitor americano, sendo apenas suplantados pelo rato Mickey.

Os Peanuts nasceram em 1950 e foram publicados em cerca de 2600 jornais e em 21 línguas diferentes.

O Editor

A edição Americana é da responsabilidade da Fantagraphics Books que, com a família de Charles M. Schulz, coordena esta obra sem precedentes. A Edição portuguesa é da responsabilidade das Edições Afrontamento que, pela primeira vez, disponibilizarão a Obra completa em língua portuguesa ao ritmo de dois volumes por ano, seguindo o design da edição Americana.

16 junho 2006

Blogosfera de Baú


Je t'aime moi non plus

Je t'aime
oh, oui je t'aime!
moi non plus
oh, mon amour...
comme la vague irrésolu
je vais je vais et je viens
entre tes reins
et je
me retiens-je t'aime je t'aime
oh, oui je t'aime !
moi non plus
oh mon amour...
tu es la vague, moi l'île nue
tu va et tu viens
entre mes reins
tu vas et tu viens
entre mes reins
et je
te rejoins- je t'aime je t'aime
moi non plus
oh, mon amour...
comme la vague irrésolu
je vais je vais et je viens
entre tes reins
et je
me retiens
tu va et tu viens
entre mes reins
tu vas et tu viens
entre mes reins
et je
te rejoins- je t'aime je t'aime
oh, oui je t'aime !
moi non plus
oh mon amour...
l'amour physique est sans issue
je vais et je viens
entre tes reins
je vais et je viens
et je me retiens
non ! main-
tenant
Viens!

Serge Gainsbourg 1969

01 junho 2006

B. Berenika
.
Ao acaso encontrei-te encostado a uma esquina
olhar vazio varrendo a multidão, parei
sorri e tu vieste, fomos andando
os ombros tocavam-se, em direcção a casa

pediste-me para tomar um duche, eu deitei-me
ouvi o barulho da água resvalando pelo teu copo sujo de
cidade e de engates
sujo pelos dias e noites e mais dias que te não tive
esperei-te deitado, outro cigarro
e ainda espero
gosto dos corpos que riem, frescos
rasgam-se à ternura nocturna dos dedos, e ao desejo
húmido da boca, que sempre percorre e descobre

tacteio-te de alto a baixo
reconhecendo-te um gemido que também me pertence, no escuro
contaste-me uma improvável aventura de tarzan, ouvia-te
e no silêncio do quarto fulguravam aves que só eu via

sorri ao enumerar os restos que a manhã encontraria pelo chão
manchas de esperma, ténis esburacados, calças sujíssimas,
blusão cheio de autocolantes, peúgas encortiçadas pelo suor
as cuecas rotas, sujas de merda
e as tuas mãos, recordo-me
sobretudo de tuas mãos imensas sobre o peito
teu corpo nu, à beira da cama, em sossegado sono
"Truque do meu amigo da rua" Al Berto