As repetições de Margarida Rebelo Pinto são abordadas por Carlos Vaz Marques na entrevista que se publica na LER deste mês. Páginas 28-36. Este excerto pode ser encontrado na página 35.
«A questão da repetição, no seu caso, tem de ser abordada, porque até já foi escrito um livro... [Couves e Alforrecas, de João Pedro George]
Não é um livro. É um opúsculo. (...) não tem qualquer mérito crítico. Portanto, nem quero falar desse assunto.
Leu-o?
Sim, passei uma vista de olhos. Dois terços do livro eram frases minhas. Sabia? Só um terço é que eram vagas considerações àquilo que eu fazia. Lamento mas não pode ser considerado crítica. Aliás, nunca mais se ouviu falar desse livro. Se esse livro tivesse sido importante as pessoas teriam continuado a falar dele.
Se soubesse aquilo que sabe hoje teria dado ao caso o tratamento que deu, recorrendo aos tribunais?
Teria. Em primeiro lugar porque eu não sabia o que estava lá dentro. Tive conhecimento de que a capa era ofensiva. O meu editor sugeriu-me e eu aceitei.
(...)
... reparei que alguns meios de comunicação aproveitaram esse embalo para me criticar ou para dar uma imagem negativa de mim. Tomaram partido. Isso eu percebi. Que eu me repito! Quer dizer, o autoplágio é uma coisa que não existe em nenhum compêndio de literatura. Em Portugal há a mania de dar importância a não-assuntos. Para mim, isto é um não-assunto porque aquilo é uma não-crítica. Carlos, aquilo é uma não-crítica. Aquilo não é uma crítica válida ao meu trabalho.
Ele diz que tem parágrafos integrais transpostos de uns livros para outros.
Não é verdade.
Ele dá exemplos de parágrafos que estão...
Têm ideias parecidas.
Não, há um caso pelo menos que é ipsis verbis.
So what?
Isso é o que eu lhe pergunto a si.
Não. E qual é o problema? Diga-me um escritor que nunca se repetiu. E depois passe para a pergunta seguinte, se faz favor, que eu já estou farta desta. Estou farta deste assunto. Se você quiser acabar a entrevista já aqui, acaba-se já a entrevista aqui. Esse assunto é um não-assunto, Carlos.
Se há um autor que tem parágrafos...
Então, diga-me, qual é o autor que não se repete?
Não se trata de uma repetição de ideias. É a repetição de um parágrafo integral, copy/paste, de um livro para outro.
Nunca fiz copy/paste. Oh, Carlos. A entrevista acabou, desculpe...
[Margarida Rebelo Pinto lança a mão ao gravador, desligando-o. Ligo-o de novo, imediatamente.]
Qual é o problema das pessoas se repetirem nos seus livros? Se todos se repetem porque é que só dizem que sou eu que me repito? Porque é que está a insistir tanto nessa tecla? Já lhe disse: quais são os escritores que não se repetem? Olhe o Murakami, em que os livros são todos tão parecidos. Aí está um grande exemplo.
Não estávamos a falar de uma repetição de ideias. Mas, pronto, vamos passar ao assunto assunto seguinte. Qual foi a crítica mais justa que já lhe fizeram?
Já não há entrevista. Diga ao Francisco [José Viegas, director da LER] que eu dispenso a entrevista. Não estou com onda para fazer uma entrevista assim, desculpe lá.
As entrevistas são feitas de perguntas e de respostas.
Você ainda não me fez uma única... Fez-me uma pergunta sobre o meu novo livro.
Esta é uma entrevista de carácter geral, sobre o seu percurso. Aliás, foi avisada disso.
Eu acho que você está a conduzir isto muito mal.
Isso cabe aos leitores determinar.
[Longa pausa]
Pronto, então vamos continuar a entrevista. Faça-me lá a pergunta»
Continua na LER.
«A questão da repetição, no seu caso, tem de ser abordada, porque até já foi escrito um livro... [Couves e Alforrecas, de João Pedro George]
Não é um livro. É um opúsculo. (...) não tem qualquer mérito crítico. Portanto, nem quero falar desse assunto.
Leu-o?
Sim, passei uma vista de olhos. Dois terços do livro eram frases minhas. Sabia? Só um terço é que eram vagas considerações àquilo que eu fazia. Lamento mas não pode ser considerado crítica. Aliás, nunca mais se ouviu falar desse livro. Se esse livro tivesse sido importante as pessoas teriam continuado a falar dele.
Se soubesse aquilo que sabe hoje teria dado ao caso o tratamento que deu, recorrendo aos tribunais?
Teria. Em primeiro lugar porque eu não sabia o que estava lá dentro. Tive conhecimento de que a capa era ofensiva. O meu editor sugeriu-me e eu aceitei.
(...)
... reparei que alguns meios de comunicação aproveitaram esse embalo para me criticar ou para dar uma imagem negativa de mim. Tomaram partido. Isso eu percebi. Que eu me repito! Quer dizer, o autoplágio é uma coisa que não existe em nenhum compêndio de literatura. Em Portugal há a mania de dar importância a não-assuntos. Para mim, isto é um não-assunto porque aquilo é uma não-crítica. Carlos, aquilo é uma não-crítica. Aquilo não é uma crítica válida ao meu trabalho.
Ele diz que tem parágrafos integrais transpostos de uns livros para outros.
Não é verdade.
Ele dá exemplos de parágrafos que estão...
Têm ideias parecidas.
Não, há um caso pelo menos que é ipsis verbis.
So what?
Isso é o que eu lhe pergunto a si.
Não. E qual é o problema? Diga-me um escritor que nunca se repetiu. E depois passe para a pergunta seguinte, se faz favor, que eu já estou farta desta. Estou farta deste assunto. Se você quiser acabar a entrevista já aqui, acaba-se já a entrevista aqui. Esse assunto é um não-assunto, Carlos.
Se há um autor que tem parágrafos...
Então, diga-me, qual é o autor que não se repete?
Não se trata de uma repetição de ideias. É a repetição de um parágrafo integral, copy/paste, de um livro para outro.
Nunca fiz copy/paste. Oh, Carlos. A entrevista acabou, desculpe...
[Margarida Rebelo Pinto lança a mão ao gravador, desligando-o. Ligo-o de novo, imediatamente.]
Qual é o problema das pessoas se repetirem nos seus livros? Se todos se repetem porque é que só dizem que sou eu que me repito? Porque é que está a insistir tanto nessa tecla? Já lhe disse: quais são os escritores que não se repetem? Olhe o Murakami, em que os livros são todos tão parecidos. Aí está um grande exemplo.
Não estávamos a falar de uma repetição de ideias. Mas, pronto, vamos passar ao assunto assunto seguinte. Qual foi a crítica mais justa que já lhe fizeram?
Já não há entrevista. Diga ao Francisco [José Viegas, director da LER] que eu dispenso a entrevista. Não estou com onda para fazer uma entrevista assim, desculpe lá.
As entrevistas são feitas de perguntas e de respostas.
Você ainda não me fez uma única... Fez-me uma pergunta sobre o meu novo livro.
Esta é uma entrevista de carácter geral, sobre o seu percurso. Aliás, foi avisada disso.
Eu acho que você está a conduzir isto muito mal.
Isso cabe aos leitores determinar.
[Longa pausa]
Pronto, então vamos continuar a entrevista. Faça-me lá a pergunta»
Continua na LER.
Roubado daqui
Nota pessoal: uma coisa é não gostar de literatura light e achar que são as escória da literatura, se é que lhes se pode chamar isso... outra coisa é nem para isso chegar porque não se chega a escrever, copia-se e copia-se e copia-se como ficou provado. No fim só me pergunto como é que ainda publicam esta senhora... se é pelo dinheiro é mesmo falta de vergonha !
E já agora: vá lá processem-me !!! LOL
E já agora: vá lá processem-me !!! LOL
2 bitaites:
E processem-me a mim também, porque esta "vendedora" de livros, nunca escritora tem ainda manias de menina mimada..."já não quero mais entrevista".
Matem-na por favor...e deixe-nos a publicar livros, sem problemas de questões económicos.
Desculpem-me mas não estou a ver o problema. Penso que o mal é que se "deseja" que esta sra. seja uma grande escritora. Não é. E acho que ela sabe que não o é e se calhar nem quer ser. O facto é que escreve livros de que as pessoas gostam. Auto plagia-se ? No barroco os músicos também o faziam. Sim de acordo não é grande literatura. O mal está apenas nas nossas expectativas. Se a tomassem apenas por aquilo que ela é efectivamente em vez de a tornarem num sucesso "Farinha Amparo" já não haveria problema ... é tudo um problema de expectativas.
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