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23 julho 2006

Pedido

Sou desprezível porque te nego, eu sei,
e porque ignoro a vontade de me ter viva,
mesmo nos instantes breves e transitórios de lucidez.
O resto do tempo, arruíno-o na minha loucura:
grito, deitada sob as folhas de Outono
e seguro o chão que me serve de leito;
embalo, de mãos sujas, a roda do meu vestido,
azul, da cor que tu gostas, mas roçado
de tanta obsessão que me molesta, desmesurada…

…compreende,
não te posso ter nem te amar, se não me tenho a mim.


Diana Correia

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