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10 janeiro 2009

O Desassossego dos Dias


A decisão unilateral dos dias se fazerem perseguir uns aos outros e de nos deixarem para trás é talvez das coisas mais pertubadoras que o tempo na sua constante corrida nos é capaz de fazer. A nossa luta, uma luta de esperança é tentar prolongar essa linha até ao ponto máximo. Até à largura e comprimento em que ela não mais resiste e quebra.
No fim as palavras de outros como consolo de uma escrita que se torna embriagada de palavras sem sentido.
Deixo-vos assim com:

“Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos. Atingirás assim o ponto supremo da abstenção sonhadora, onde os sentimentos se mesclam, os sentimentos se extravasam, as idéias se interpenetram. Assim como as cores e os sons sabem uns a outros, os ódios sabem a amores, e as coisas concretas a abstratas, e as abstratas a concretas.
Quebram-se os laços que, ao mesmo tempo em que ligavam tudo, separavam tudo, isolando cada elemento. Tudo se funde e confunde.”
Fernando Pessoa, Livro do Desassossego

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