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01 maio 2009

MAYDAY 2009 – O LUGAR ONDE NOS ENCONTRAMOS


Se estás farta de estar desempregada, o MayDay é contigo.

Se és estagiário “não remunerado” e te fazem a chantagem do currículo e não te pagam apesar de trabalhares, mesmo que produzas a riqueza do escritório ou da empresa ou da escola onde trabalhas, o MayDay é contigo.
Se ganhas mal, se te vês à rasca para sobreviver com o que te pagam, se não sabes mais que equilibrismo inventar para pagar a casa e a luz e os transportes e a comida e tudo o resto de que precisas, então o MayDay é contigo.
Se trabalhas a recibo verde, não tens direitos nem protecção social e te dizem que tens de pagar à segurança social uma quantia que não tens, em troca de protecção quase nenhuma, o MayDay é contigo.
Se és estudante e não tens como pagar as propinas ou te falta acção social escolar e até fazes um part-time para ajudar a pagar os estudos, então o MayDay é contigo.
Se trabalhas para uma empresa de trabalho temporário e tens dois patrões para o mesmo trabalho, se te roubam uma parte do que é teu quando te alugam a uma empresa, a um call-centre ou a uma obra, então o MayDay é contigo.
Se és imigrante e não tens papeis, ou se tens papeis e mesmo assim não tens direitos, se te usam contra o teu colega de trabalho e se servem da tua dificuldade, então o MayDay é contigo.
Se tens um contrato a prazo para teres menos direitos e vais vivendo a prazo mesmo se a empresa precisa sempre de ti, então o MayDay é contigo.
Se te sentes preso à precariedade e congelado nos teus projectos e ainda não saíste da casa dos teus pais porque não tens um trabalho que te permita fazer planos, então o MayDay é contigo.
Se estás farto de tanto abuso, se estás farto do silêncio, se estás farto da injustiça e estás farto de não ter voz, se achas que já basta de exploração, então o MayDay é contigo.
Se és um pouco disto tudo, ou se conheces quem é, ou se já foste ou se vais ser ou se és amigo de quem seja, então o MayDay é contigo.

Traz merenda, traz a voz, traz palavras, traz ideias...

No dia 1 de Maio, 12h, nos Poveiros, é contigo.

(melodia do refrão da «La Cucaracha»)

Precariedade, precariedade
O patrão é um animal
Porque me nega
Cabrão de merda
Um contrato laboral


(melodia do refrão de «A formiga no carreiro» de José Afonso)

O precário
sem carreira
vinha em sentido diferente
Saiu à rua,
saiu à rua
e juntou-se um mar de gente.
O precário
sem contrato
juntou-se a outros sujeitos
Saiu à rua,
saiu à rua
Reclamou os seus direitos.
O precário
sem esperança
juntou-se aos desesperados
Saiu à praça,
juntou-se à massa
de muitos desempregados.
O precário
sem cagaço
desatou a protestar
Saiu à praça,
juntou-se à massa
de quem foi manifestar.

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