20 ABR 2008, 16h00
AUDITÓRIO DE SERRALVES - Porto
Realizado pelo talentosíssimo - embora pouco prolífico - cineasta Victor Erice, esta é uma obra que reflecte acerca da ténue fronteira entre a realidade e o imaginário. Erice subscreveria porventura o aforismo do poeta surrealista Jehan Mayoux: «o imaginário é uma categoria do real e reciprocamente». Para este filme que o tornou conhecido dum vasto público e no qual se convoca o monstro demasiado humano criado por um moderno Prometeu, Erice decidiu dar às suas personagens o nome dos actores que as interpretam. Conta-se que a muito jovem Ana Torrent, protagonista desta ficção fílmica, não conseguia entender a razão pela qual a chamavam de outra maneira enquanto imagem-personagem. Esta opção do realizador, plena de significado, indica-nos uma boa porta para o universo que Erice constrói e restitui - com um pé bem firmemente enterrado nos silêncios duma Castela vitimada pelo franquismo e outro pé atolado na infância nunca definitivamente silenciada, motivo permanente de inspiração e norte magnético da sua obra.
Victor Erice, Espanha, 1973, 97'
Programação: Associação "Os Filhos de Lumière"
ENTRADA GRATUITA
AUDITÓRIO DE SERRALVES - Porto
Realizado pelo talentosíssimo - embora pouco prolífico - cineasta Victor Erice, esta é uma obra que reflecte acerca da ténue fronteira entre a realidade e o imaginário. Erice subscreveria porventura o aforismo do poeta surrealista Jehan Mayoux: «o imaginário é uma categoria do real e reciprocamente». Para este filme que o tornou conhecido dum vasto público e no qual se convoca o monstro demasiado humano criado por um moderno Prometeu, Erice decidiu dar às suas personagens o nome dos actores que as interpretam. Conta-se que a muito jovem Ana Torrent, protagonista desta ficção fílmica, não conseguia entender a razão pela qual a chamavam de outra maneira enquanto imagem-personagem. Esta opção do realizador, plena de significado, indica-nos uma boa porta para o universo que Erice constrói e restitui - com um pé bem firmemente enterrado nos silêncios duma Castela vitimada pelo franquismo e outro pé atolado na infância nunca definitivamente silenciada, motivo permanente de inspiração e norte magnético da sua obra.
Victor Erice, Espanha, 1973, 97'
Programação: Associação "Os Filhos de Lumière"
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