Um jovem nervoso fala ao telemóvel e tem um acidente de carro. O principio poderia ser uma qualquer banal história de drama. Quando acorda do acidente é conduzido por uma angelical jovem até uma casa onde tudo é demasiado e assustadoramente infantil. Por toda a casa brinquedos, as refeições são sempre doces e quando algo parece correr mal rapidamente é resolvido de forma misteriosa por uma das crianças. Eun-Soo passa todo o filme a tentar fugir daquela casa mágica mas a floresta trá-lo sempre de volta. Nunca se resignando ao que parece ser o seu destino vai confrontando os miúdos com os acontecimentos que se desenrolam quer no tempo do filme quer pela introdução de histórias em subtexto. A morte de todos dos adultos que passam pela casa, os labirintos que se reproduzem da floresta até ao sótão da casa deixam antecipar a trágica história daqueles três irmãos. No fim Eun-Soon percebe que ele próprio é personagem daquela história que salta de um livro infantil para a realidade. Ele próprio herói faz um exercício catártico da sua vida e percebe onde é o seu verdadeiro lugar encontrando assim a sua fuga daquela casa.
Na base deste filme o imaginário dos contos infantis não só de Grimm mas de toda uma estética associada a este tipo de contos. Lim Pil-Seong é o realizador deste filme que conseguiu atrair a critica e ser nomeado como o stand-out coreano deste ano. A sugestão de violência é sempre psicológica contrariando o que são alguns exemplos a que estamos habituados a ver do cinema coreano. São 116 minutos bastante intensos e emocionais com um excelente trabalho de fotografia e uma banda sonora que nos embala transportando-nos para dentro do filme.
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