Bill Plympton é já um visitante assíduo do Fantasporto, este ano com especial destaque para a edição inédita em Portugal em DVD de algumas das suas obras. A sua última longa metragem “Idiots and Angels” encontra-se em competição na categoria Cinema Fantástico. Este filme de 2008 é tido como o mais negro e satirico de todos os seus filmes e conta com uma banda sonora de luxo: Tom Waits, Moby e Pink Martini são alguns dos nomes que o musicam.
Nunca são demais as vezes que visionamos alguns dos seus trabalhos e destacam-se os seus trabalhos do fim dos anos 80, como as animações: “One of Those Days”, “How to Kiss”, “25 Ways to Quit Smoking” e o famoso “Plymptoons”, altura em que se começa a destacar e a preparar animações financiadas por si próprio. Com a utilização nos seus argumentos de uma linguagem mais adulta, mostrando nudez, violência e revelando o lado “negro” do humor das pessoas, Plympton ajudou a construir uma linguagem que conhecemos hoje nas animações. Desmistificado o preconceito de que animação só serve para entreter crianças abre-se aqui o caminho para o que são hoje as grandes produções de séries como os Simpsons ou o American Dad mas também para animação em longas metragens onde o humor utilizado e as técnicas de escrita permitem dois níveis de público. Crianças e adultos partilham nos dias de hoje ícones da animação e conseguem extrair do mesmo argumento e filme dois sentidos, o lúdico e de diversão e o humor político ou com grandes marcas de sátira social.
Pedro Ferreira
Publicado no especial Fantasporto da Rascunho.net
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