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27 fevereiro 2007

Ainda bem que gostamos de transparência !


Rui Rio rejeita debate sobre destino de 5 milhões de euros

Verba em causa foi cedida pelo Grupo Amorim ao “Gabinete Comércio Vivo", para promoção do comércio tradicional

O presidente da Câmara do Porto recusou, esta terça-feira, um debate, em sede autárquica, sobre a actividade do “Gabinete Comércio Vivo" (GCV), constituído para gerir cinco milhões de euros destinados pelo grupo Amorim à promoção do comércio tradicional.
Os vereadores da oposição socialista e comunista insistem para que seja esclarecida a actividade do GCV e o destino dado aos cinco milhões de euros, no entanto, o presidente da autarquia, Rui Rio (PSD), não acha “de bom tom que a câmara se meta nisso", argumentando que se trata de dinheiro entregue por um privado a outro privado.
O presidente da autarquia afirmou que a oposição pode, se assim o entender, pedir esclarecimentos à presidente do GCV, Laura Rodrigues, "que já se disponibilizou para o efeito", ou ao funcionário autárquico que integra a administração do gabinete.
O "Comércio Vivo” nasceu em 2002 para promover acções que ajudassem o comércio tradicional a enfrentar a concorrência de uma grande superfície e, neste âmbito, a Aplicação Urbana II, empresa do grupo Amorim, comprometeu-se a atribuir cinco milhões de euros ao GCV.
O grupo Amorim acusa o GCV e a Associação de Comerciantes do Porto, que têm uma presidente comum, de "graves e reiteradas violações" do protocolo, o que levou a Aplicação Urbana II a mover uma acção, reclamando a devolução de 2,865 milhões de euros e a extinção ou resolução do protocolo assinado em 2002.
A empresa do Grupo Amorim argumenta também que a ACP levantou 2,52 milhões de euros em Dezembro de 2005, alegadamente para a compra de dois prédios degradados no Porto, que ainda não concretizou.
"Tudo isto é muito nebuloso e as últimas notícias não nos deixam muito tranquilos", afirmou hoje o vereador socialista Francisco Assis, ao solicitar o debate e o destino dado aos cinco milhões de euros, defendendo que o assunto "tem dignidade" para ser debatido em sessão camarária.

FONTE: JN

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