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22 janeiro 2008

Ainda bem que defendemos os direitos humanos.... se ainda fosse um ditadorzinho com petróleo !


Seis dos 23 imigrantes marroquinos que desembarcaram em Dezembro no Algarve já foram deportados, sem que qualquer anúncio tivesse sido feito, nem mesmo aos advogados que estão a acompanhar o caso. A constatação foi feita pelo deputado José Soeiro ao visitar a Unidade Habitacional de Santo António, onde os cidadãos marroquinos estão detidos. Associações de Imigrantes têm marcada para sábado uma manifestação no Porto contra a detenção dos marroquinos, pedindo que lhes seja atribuída autorização de residência por motivos humanitários. A visita de José Soeiro encontrou todo o tipo de entraves por parte do SEF, que de início negou a entrada do deputado, alegando que não tinha chegado a autorização do director nacional do SEF, porque o pedido fora feito tarde. Segundo o deputado, o Bloco de Esquerda comunicou ("porque não precisa requerer") segunda-feira ao director nacional do SEF, com conhecimento da directora da Unidade Habitacional, que iria visitar os imigrantes. José Soeiro salientou que os deputados não podem ser impedidos de aceder a instalações do Estado, a menos que sejam invocadas "grandes razões de segurança, o que não é o caso".
Horas depois, porém, a autorização chegou e o deputado pôde visitar os cidadãos marroquinos detidos. Foi logo à entrada que ele constatou, em conversa com os imigrantes, que seis deles já foram deportados, e quatro deverão sê-lo a qualquer momento. O próprio Soeiro informou do sucedido uma advogada que defende alguns dos imigrantes, um dos quais consta da lista de deportados. "Ela não tinha sido informada de nada e ficou revoltada, até porque o SEF não podia executar um acto administrativo sem a avisar, o que não foi feito", relatou Soeiro. O deputado do Bloco suspeita que os entraves para a sua entrada no local estejam ligadas com o facto de as expulsões terem sido feitas às escondidas. "Não me espantaria que a intenção do SEF fosse expulsar todos antes de sábado, para esvaziar a manifestação." José Soeiro encontrou os cidadãos marroquinos muito desiludidos. "Disseram-me que lhes deram falsas esperanças, para que é que era preciso detê-los este tempo todo se afinal iriam ser expulsos". Muitos deles têm familiares em Espanha que os aguardavam. O deputado do Bloco relatou que os imigrantes estão muito temerosos do tratamento que vão receber em Marrocos e garantem que, mesmo cientes de que correm risco de vida e que conhecem muitos casos de mortes na tentativa de travessia do estreito, vão voltar a tentá-la. "Não somos criminosos, só queremos trabalhar, era o que diziam o tempo todo", concluiu Soeiro.

Via Esquerda.Net

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