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20 março 2007

QUATRO ANOS DEPOIS


Milhares de manifestantes concentraram-se ontem em Washington, nas imediações do Pentágono, para protestarem contra a guerra no Iraque, que entra terça-feira no seu quinto ano. Recebidos por uma contra-manifestação de apoiantes da política americana no Iraque, os manifestantes transportavam cartazes com palavras de ordem idênticas às exibidas nos protestos que decorriam, quase em simultâneo, em algumas cidades da Europa e do resto do mundo.


O protesto em Washington principiou no mesmo local onde há 40 anos, a 21 de Outubro de 1967, se realizou uma histórica manifestação contra a guerra do Vietname. Essa manifestação, conhecida por "marcha sobre o Pentágono", terminou em violentos confrontos com a polícia e marcou, na memória dos americanos, o dia em que a opinião pública começou a distanciar-se das opções da administração Johnson para o conflito no Sudeste asiático.


Segundo estimativas das agências - a polícia americana recusa-se a indicar números -, cerca de 50 mil pessoas desfilaram, sob chuva e vento gelado, entre o local onde se ergue o monumento ao antigo presidente Abraham Lincoln e as proximidades do Pentágono. Para um dos manifestantes, entrevistado pela AFP, a acção de ontem pode assinalar, tal como há 40 anos, "uma mudança no curso dos acontecimentos" e ao envolvimento dos EUA no Iraque.


Diferentes organizações próximas dos democratas tinham apelado à participação nesta acção, lembrando que a derrota eleitoral dos republicanos nas eleições de 2006 se deveu, em larga medida, ao "pântano" em que se está a transformar o conflito iraquiano. Os EUA já perderam 3200 soldados desde o início das operações militares a 20 de Março de 2003.


Além da manifestação em Washington, que decorreu enquadrada por forte dispositivo de segurança, houve também protestos menos significativos noutras cidades americanas.


Fraca mobilização na Europa, uma das principais manifestações sucedeu em Madrid, com outros protestos de menor dimensão a realizarem-se em Atenas, Roma, Budapeste, Istambul, Copenhaga. Foi evidente que, com a excepção espanhola, o nível de mobilização ficou claramente abaixo do verificado em anteriores acções internacionais de protesto contra o conflito.


texto e foto em dn on-line

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