Uma boa pergunta para iniciar uma viagem que nos pode levar até ao concerto dos Ensemble Ibn Harabi:
Sexta 23 de Novembro de 2007 - 21h30
Grande Auditório· Duração 1h30
18 Euros (Jovens até aos 30 anos:5 Euros. Preço único)
O sufismo surgiu no século ix, na Mesopotâmia, e incarna a dimensão mística do Islão. É uma via iniciática para aceder a um conhecimento pessoal e experimental do divino, uma fusão do temporal no intemporal, do material no imaterial, do humano no divino.
É um caminho que se faz em comunidade, sob a orientação de um mestre (sheik) que já percorreu todas as fases da viagem interior. As práticas sufistas utilizam rituais, individuais ou comunitários, em que a música, a poesia e a dança têm um importante papel como expressões do desejo da alma se aproximar de Deus.
Foi a partir da zaouia (lugar de reunião dos sufis) Siddiqia, em Tânger, que se constituiu o Ensemble Ibn Arabi, que tomou o seu nome do de um dos maiores sufis da história, nascido em Múrcia, Espanha, em 1165. A música que praticam tem as suas raízes na “Espanha das três culturas”, reclamando uma herança árabe andaluza que continua em Marrocos. Os seus cantos utilizam poemas de grandes figuras do sufismo – Ibn Arabi, naturalmente, mas também Rabia al-Faridh, Sidi Mohammad al-Harrak, Omar Ibn al-Faridh, ou outros cujos nomes a nós, europeus não islâmicos, pouco ou nada dizem, mas que são fundamentais na história do misticismo sufista.
O Ensemble é dirigido musicalmente por Ahmed El Kheglin. Depois de ter aprendido a música árabe andaluza no Conservatório de Tânger, El Kheglin aprendeu a tocar qanun (instrumento de cordas também chamado de saltério ou de cítara), com professores tunisinos e iraquianos. Discípulo do último sheik da zaouia Siddiqia, estudou história das ideias em Paris e teologia na Universidade de Fez onde se consagrou ao estudo do sufismo. Para além de ser responsável e apresentador de um programa de rádio de grande notoriedade sobre músicas e cantos sufis através do mundo, escreve sobre o tema para várias revistas literárias ou universitárias, dá conferências na Europa e no Mundo Árabe, apresenta-se com o seu Ensemble em dezenas de festivais e de concertos, sobretudo na área mediterrânea. Este é o último concerto integrado no ciclo Os Filhos de Abraão que ao longo deste ano a Culturgest foi apresentando. Também neste caso escolhemos música rara. Rara pela sua beleza, pela sua espiritualidade, mas também por estar longe dos estereótipos que muitas vezes construímos sobre as “outras” músicas, como a música árabe.
Qanun e Direcção musical Ahmed El Kheligh
Ud e Tambur Hérvé Teboul
Violino Andalou Oussama El Kheligh
Daf e Zarb Pièrre Rigopoulos
Canto e Bendir Abdellah el Mansor El Kheligh
Sexta 23 de Novembro de 2007 - 21h30
Grande Auditório· Duração 1h30
18 Euros (Jovens até aos 30 anos:5 Euros. Preço único)
O sufismo surgiu no século ix, na Mesopotâmia, e incarna a dimensão mística do Islão. É uma via iniciática para aceder a um conhecimento pessoal e experimental do divino, uma fusão do temporal no intemporal, do material no imaterial, do humano no divino.
É um caminho que se faz em comunidade, sob a orientação de um mestre (sheik) que já percorreu todas as fases da viagem interior. As práticas sufistas utilizam rituais, individuais ou comunitários, em que a música, a poesia e a dança têm um importante papel como expressões do desejo da alma se aproximar de Deus.
Foi a partir da zaouia (lugar de reunião dos sufis) Siddiqia, em Tânger, que se constituiu o Ensemble Ibn Arabi, que tomou o seu nome do de um dos maiores sufis da história, nascido em Múrcia, Espanha, em 1165. A música que praticam tem as suas raízes na “Espanha das três culturas”, reclamando uma herança árabe andaluza que continua em Marrocos. Os seus cantos utilizam poemas de grandes figuras do sufismo – Ibn Arabi, naturalmente, mas também Rabia al-Faridh, Sidi Mohammad al-Harrak, Omar Ibn al-Faridh, ou outros cujos nomes a nós, europeus não islâmicos, pouco ou nada dizem, mas que são fundamentais na história do misticismo sufista.
O Ensemble é dirigido musicalmente por Ahmed El Kheglin. Depois de ter aprendido a música árabe andaluza no Conservatório de Tânger, El Kheglin aprendeu a tocar qanun (instrumento de cordas também chamado de saltério ou de cítara), com professores tunisinos e iraquianos. Discípulo do último sheik da zaouia Siddiqia, estudou história das ideias em Paris e teologia na Universidade de Fez onde se consagrou ao estudo do sufismo. Para além de ser responsável e apresentador de um programa de rádio de grande notoriedade sobre músicas e cantos sufis através do mundo, escreve sobre o tema para várias revistas literárias ou universitárias, dá conferências na Europa e no Mundo Árabe, apresenta-se com o seu Ensemble em dezenas de festivais e de concertos, sobretudo na área mediterrânea. Este é o último concerto integrado no ciclo Os Filhos de Abraão que ao longo deste ano a Culturgest foi apresentando. Também neste caso escolhemos música rara. Rara pela sua beleza, pela sua espiritualidade, mas também por estar longe dos estereótipos que muitas vezes construímos sobre as “outras” músicas, como a música árabe.
Qanun e Direcção musical Ahmed El Kheligh
Ud e Tambur Hérvé Teboul
Violino Andalou Oussama El Kheligh
Daf e Zarb Pièrre Rigopoulos
Canto e Bendir Abdellah el Mansor El Kheligh
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