Foi lançada na tarde de sábado a revista Vírus, que se publica exclusivamente na internet. A revista é dirigida por João Teixeira Lopes, que a apresentou como uma "ferramenta para o combate de ideias, aberta aos novos meios de expressão". Veja aqui o site da revista e leia o primeiro número.
Aqui fica um excerto do Editorial de João Teixeira Lopes:
Dir-se-á, provavelmente com algum facilitismo, que uma revista on-line é um indício de moda, uma espécie de cavalgada na espuma dos dias, um caminho fácil para a citação. Poderia objectar dizendo que é apenas o ar que se respira.
Na verdade, esta revista fará a transacção constante entre o que se passa «lá fora» (no mundo dito «real») e o cá dentro (o universo apelidado de «virtual»). É impossível ignorar este trânsito, já que ele constitui, no capitalismo tardio, um dos traços da sua estruturação. Aliás, os mais recentes estudos sobre as constelações «virtuais» sublinham a ideia de uma dupla hermenêutica: não só a Web prolonga, em muitos casos, situações, redes e conteúdos da «vida real» como, em acréscimo, lhes fornece matéria-prima que alimenta, por sua vez, os quotidianos e as vivências, numa espiral fecunda. Poderíamos apenas enfatizar este ponto: toda e qualquer experiência é real, material e contextualizada dentro de limites objectivos. Na Web ou fora dela.
De igual modo, não acreditamos nem no determinismo tecnológico, nem na neutralidade dos dispositivos. Dito de outro modo, importa apropriarmo-nos, de acordo com as nossas assumidas orientações ideológico-discursivas, tanto do meio como dos conteúdos, sendo que o meio – o dispositivo tecnológico – é já conteúdo. Além do mais, política é comunicação e interacção – face a face ou desterritorializada. Os combates culturais e ideológicos fazem-se em todos os terrenos onde há investimentos simbólicos e materiais. A luta pela hegemonia requer novas formas de «jogar o jogo», mesmo que, no final, a existir final, consigamos mudar as regras, sem as viciar. Não prescindimos de nenhum combate –onde quer que ele se realize. E não prescindimos, igualmente, de combater com as nossas melhores armas: as ideias. Não esperem, pois, uma revista preguiçosa.
Aqui fica um excerto do Editorial de João Teixeira Lopes:
Dir-se-á, provavelmente com algum facilitismo, que uma revista on-line é um indício de moda, uma espécie de cavalgada na espuma dos dias, um caminho fácil para a citação. Poderia objectar dizendo que é apenas o ar que se respira.
Na verdade, esta revista fará a transacção constante entre o que se passa «lá fora» (no mundo dito «real») e o cá dentro (o universo apelidado de «virtual»). É impossível ignorar este trânsito, já que ele constitui, no capitalismo tardio, um dos traços da sua estruturação. Aliás, os mais recentes estudos sobre as constelações «virtuais» sublinham a ideia de uma dupla hermenêutica: não só a Web prolonga, em muitos casos, situações, redes e conteúdos da «vida real» como, em acréscimo, lhes fornece matéria-prima que alimenta, por sua vez, os quotidianos e as vivências, numa espiral fecunda. Poderíamos apenas enfatizar este ponto: toda e qualquer experiência é real, material e contextualizada dentro de limites objectivos. Na Web ou fora dela.
De igual modo, não acreditamos nem no determinismo tecnológico, nem na neutralidade dos dispositivos. Dito de outro modo, importa apropriarmo-nos, de acordo com as nossas assumidas orientações ideológico-discursivas, tanto do meio como dos conteúdos, sendo que o meio – o dispositivo tecnológico – é já conteúdo. Além do mais, política é comunicação e interacção – face a face ou desterritorializada. Os combates culturais e ideológicos fazem-se em todos os terrenos onde há investimentos simbólicos e materiais. A luta pela hegemonia requer novas formas de «jogar o jogo», mesmo que, no final, a existir final, consigamos mudar as regras, sem as viciar. Não prescindimos de nenhum combate –onde quer que ele se realize. E não prescindimos, igualmente, de combater com as nossas melhores armas: as ideias. Não esperem, pois, uma revista preguiçosa.
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