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18 maio 2007

A nossa moral e ad@s outr@s !


Muita tinta tem corrido por causa do projecto de lei sobre o divórcio apresentado pelo Bloco de Esquerda. Muita dessa tinta é espessa e pesada carregando consigo o conservadorismo e atraso social de um país ainda cheio de teias de aranha de outros tempos. Todas as justificações para rejeição de diploma falam em moral e sobre a forma como se devem constituir os elos familiares. Para além da imposição moral do Estado e da sua tentativa de regulamentar sobre a vida privada das pessoas, as respostas do lado do Governo tem também muitas incoerências. Disse Alberto Martins que "o casamento não pode ser um contrato a termo nem sob condição", ou seja, defendendo que o casamento tem de ser um contrato para toda vida e incondicional - pena não pensarem o mesmo para outros tipos de contratos sociais que cabem ao Estado regulamentar (Leis laborais, Serviço Nacional de Saúde...).
Quando se discutem estes temas fracturantes há uma quantidade enorme de pseudo opinion makers que não tarda em cair em plena estupidez e vem logo à praça gritar que toda a gente irá abusar dessa lei. Foi assim com o aborto ao se insinuar que as mulheres iriam abortar como quem muda de camisa e agora sobre os divórcios fala-se como se todos os casais fossem a correr para a conservatória mais próxima para efectivarem um pedido de divórcio rápido. Lamento informar estas pessoas que muita gente já o faz na hora saindo de casa ou abandonando a relação que mantinha (não me interessa saber porquê) mas que fica meses a fio preso por uma burocracia que lhe impõe uma relação que já não existe.... o Estado não pode usar as leis para sugerir aconselhamento matrimonial ou tentar salvar o que muitas das vezes já não tem salvação.

Poupem-nos e parem de tratar @s portugues@s como se fossem anormais, incapazes e imaturos !

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