badge

03 janeiro 2007

Estamos à espera de quê?


Os 883 médicos recém-licenciados que hoje deveriam começar a sua actividade profissional nos hospitais nacionais continuam à espera de serem colocados pelo Ministério da Saúde (MS). Sucessivos erros na elaboração da lista das colocações levaram a tutela a adiar o início do Ano Comum para o final do mês. "É inadmissível. Estes médicos internos deveriam ter começado [ontem] a fazer o Ano Comum (antigo internato geral) nos hospitais, mas por incompetência e incapacidade administrativa da tutela de dar resposta à lei, só começarão a trabalhar no dia 29 de Janeiro", diz o responsável do Conselho Nacional do Médico Interno da Ordem da classe, Rui Guimarães.
O Ministério da Saúde continua sem conseguir publicar uma lista de colocações "isenta de erros" desde Novembro, altura em que terminou o prazo de inscrição para o internato médico. "No dia 28 de Dezembro, a lista com as colocações esteve disponível na Internet mas algumas horas depois era retirada devido à existência de erros", diz Rui Guimarães. "No dia seguinte foi novamente publicada e retirada por erros atribuídos ao sistema informático."
Nesse mesmo dia, o secretário-geral do Ministério da Saúde, Rui Gonçalves, colocou on-line um despacho onde anulou a lista de colocações divulgada e adiou o início do internato médico para 29 de Janeiro. Segundo o documento, a lista definitiva deverá ser previsivelmente publicada a 15 de Janeiro, mas apenas no dia 10 essa data será confirmada.
O ministro da Saúde, Correia de Campos, explicou ontem em conferência de imprensa que foi usada "uma aplicação informática nova", que apesar de ter sido testada trouxe problemas. O governante considerou que é "um fenómeno natural" numa situação de mudança, com precedentes, por exemplo, na colocação de professores.
Rui Guimarães considera "incompreensível" que num sector onde há falta de recursos humanos, quase um milhar de profissionais veja adiada a sua chegada aos hospitais por "incompetência" administrativa, e recorda que todos os anos há problemas com as colocações dos jovens médicos e concursos anulados, mas que nunca o início da actividade profissional tinha sido adiado.
O responsável diz que a Ordem dos Médicos se ofereceu para apoiar o secretariado na elaboração das listas e que, se a tutela não resolver o assunto até à próxima semana, irá adoptar formas de luta.

FONTE: Público

0 bitaites: