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28 janeiro 2007

O Não é isto: calúnia e desinformação !
















O Movimento Médicos pela Escolha
vem por este meio anunciar a apresentação, na próxima segunda-feira, de uma queixa judicial por difamação, e um pedido de indemnização por danos morais e atentado ao bom nome de um cidadão, feita em nome do seu membro Dr. Bruno da Cruz Maia, contra os elementos Pedro Faria Paixão, Pedro Giões e Maria Teresa Chaves, mandatários do Movimento Alentejo pelo Não , que subscrevem em conjunto um comunicado enviado hoje pelo referido movimento para a imprensa.
Na nota em causa, o movimento Alentejo Pelo Não acusa falsamente o Dr. Bruno da Cruz Maia, representante e fundador do Movimento Médicos Pela Escolha, de supostamente ter defendido publicamente, num debate realizado na quinta-feira, dia 25 de Janeiro de 2007, em Ponte de Sôr, que a despenalização do aborto seria necessária para que a pílula abortiva e o medicamento com propriedades abortivas denominado Citotec fossem distribuídos livremente às mulheres portuguesas de forma a que pudessem abortar sozinhas sem necessidade de acompanhamento médico.
Como é evidente, o que tem vindo a ser defendido pelo Movimento Médicos Pela Escolha - e foi defendido pelo Dr. Bruno da Cruz Maia no referido debate - é absolutamente o oposto: a necessidade de acabar com a clandestinidade do aborto para que termine a venda de drogas como o Citotec no mercado negro, realidade que tem levado ao falecimento de várias mulheres por utlização indevida das mesmas sem qualquer tipo de acompanhamento médico.
Na verdade, são os representantes do Não que defendem, ao quererem manter a criminalização, que as mulheres que abortam continuem sem ter acesso a acompanhamento médico, sendo levadas a utilizar sozinhas e indevidamente substâncias abortivas cuja perigosidade pode inclusivamente causar a sua morte.
Mais esclarecemos que o representante do Movimento Médicos Pela Escolha participou no debate em Ponte de Sôr com um discurso escrito antecipadamente, do qual reproduzimos o seguinte excerto esclarecedor das suas reais declarações sobre esta temática:

"No contexto da despenalização da interrupção voluntária da gravidez o processo de abortamento passa a ser realizado com acompanhamento médico. A interrupção da gravidez por via médica é feita com recurso a dois fármacos, um dos quais é o RU486, a pílula abortiva, o segundo é o misoprostol (Cytotec®). Este segundo fármaco para além de ser utilizado na ginecologia e obstetrícia também é utilizado no tratamento de problemas do aparelho digestivo. O aborto médico, sendo realizado num estabelecimento de saúde legalmente autorizado e por profissionais de saúde treinados é um procedimento médico seguro, com baixos riscos e que necessita de poucos recursos humanos e materiais. "

Restar-nos-ia apenas lamentar, da parte do movimento pelo Não, o recurso a um género de campanha absolutamente terrorista, sujo e difamatório do nosso Movimento, não fosse o comunicado do Alentejo Pelo Não uma tentativa inqualificável mas perigosa de colocar em causa o bom nome, o brio profissional, a ética e a integridade de um óptimo profissional de Saúde que sempre lutou para que não mais seja necessário às mulheres recorrerem ao aborto num contexto de ausência de enquadramento médico.
O comunicado do Alentejo Pelo Não tenta, na verdade, desviar as atenções e o debate para longe daquilo que realmente interessa e está em causa neste Referendo: a necessidade da despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez até às dez semanas para que mais nenhuma mulher morra por aborto clandestino em Portugal.

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