O protocolo de Cedência e Concessão de Exploração do Teatro Rivoli vai pôr nos bolsos de Filipe La Féria 5,6 milhões de euros/ano. São os números da receita líquida que constam da proposta entregue à Câmara Municipal do Porto, recentemente aprovada por Rui Rio, à qual o Expresso teve acesso.
Vira o palco e toca o mesmo
Em contrapartida, o patrão do Politeama propõe como serviço público para o Rivoli uma programação baseada na projecção mediática e nos espectáculos de sucesso já apresentados em Lisboa. A começar pelo musical acabado de estrear na Capital, "Miss Daisy", La Féria chega ao ponto de programar musicais encenados por si há mais de uma década ("Jesus Christ Superstar", por exemplo), retoma "A Canção de Lisboa" ou "Wanda Stuart" e por aí fora.
A transparência de todo o processo, desde que as candidaturas foram entregues a 30 de Setembro, também tem sido posta em causa. Aceites cinco candidaturas – Portoeventos, Bastidores (a empresa de La Féria), Miltemas, Plateia e Inatel –, Rui Rio é obrigado a criar por despacho uma Comissão de Acompanhamento para analisar as propostas. Tudo porque a Fundação Gomes Teixeira da Universidade do Porto recusou-se a analisar a sustentabilidade económico-financeira das propostas. Razão evocada pela instituição: Os elementos facultados pela autarquia eram "insuficientemente sólidos de acordo com os padrões normais a que deve obedecer um business plan".A 17 de Outubro, a comissão recém-nomeada por Rio avalia as candidaturas segundo os requisitos impostos pelo concurso (prova de capacidade económica, oferta de espectáculos, grandes produções, peças infanto-juvenis, obras de cariz experimental, autores e artistas da zona norte, ensino e formação, manutenção dos espaços e equipamentos, resumo de guiões, entre outros aspectos). É já a 18 de Dezembro que Rui Rio delibera celebrar o contrato de gestão do Rivoli com La Féria, depois de todos os candidatos terem sido recebidos em audição por uma "comissão restrita", criada sem qualquer despacho e presidida por Álvaro Castello-Branco, vice-presidente da autarquia, Raul Matos Fernandes, director municipal da cultura, e Manuel Pinto Teixeira, chefe de gabinete da presidência, terem dado o seu parecer final. Em bom rigor, o único existente
Por responder fica as perguntas que o Expresso tentou insistentemente fazer tanto ao presidente da Câmara do Porto, Rui Rui, como ao produtor Filipe La Féria. É que nem num caso, nem no outro, se passou das secretárias, a quem o assunto foi explicado.FONTE: EXPRESSO
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